terça-feira, 20 de novembro de 2007

VOCE CONHECE A GINASTICA HIPOPRESSIVA???

Na Europa, em países como Bélgica e França, a ginástica hipopressiva é um bem popular. Até porque o método nasceu naquela região, idealizado pelo fisioterapeuta Marcel Caufriez. No Brasil, ela ainda é pouco conhecida pela grande maioria das pessoas. Afinal, sua indicação mais usual é para a incontinência urinária e o tratamento de problemas posturais. Você deve se perguntar: se a tal ginástica tem fins específicos de saúde, por que a revista Dieta Já! está falando dela? Simples: porque esses “probleminhas” têm muito mais a ver com quilos extras do que você imagina...

O que é?
Os exercícios – que trabalham basicamente a respiração e a postura – são feitos para reduzir a pressão intra-abdominal. Assim, protegem, reforçam e estimulam os músculos do assoalho pélvico (que controlam o fluxo de urina e a contração da vagina), evitam dores lombares e constipações intestinais (prisão de ventre) e pubalgias (condições inflamatórias dolorosas envolvendo ossos do púbis).

Quais são os benefícios?
Toda a postura é modificada dando ainda beleza, harmonia e fortalecimento muscular à região abdominal. E, pode acreditar, com um pouco de dedicação, mas sem o esforço monumental que os exercícios abdominais clássicos exigem, a barriga tanquinho aparece.“O principal objetivo da ginástica é restabelecer a anatomia pélvica, melhorando a função muscular do abdômen e do períneo e, conseqüentemente, o posicionamento dos órgãos internos. Mas, com a prática, foram se observando efeitos estéticos na definição do abdômen e melhora da função gastrintestinal, principalmente nos casos de constipação”, reforça a especialista.Até pessoas que vão se submeter à cirurgia de redução do estômago podem se beneficiar da hipopressiva, especialmente porque quando se perde muito peso rapidamente é comum a incontinência se manifestar. “Mas é preciso avaliar o melhor período – pré ou pós-operatório – para que os exercícios surtam o efeito desejado e para que possam ser realizados pelo paciente”, avalia Liris Wuo.Ao trabalhar vigorosamente a respiração, essa ginástica também leva mais ar para os pulmões, melhorando a capacidade deles.

Quer mais?
Pode dar um up na vida sexual... Segundo os especialistas, os pacientes relatam esse “algo a mais” após algumas sessões.“Além de fortalecer os músculos e órgãos da região pélvica, o que já melhoraria na hora da relação, a ginástica hipopressiva traz maior consciência para essa área do corpo, que também concentra muita tensão. E, ao liberá-la, a pessoa começa a ter mais prazer.”, explica a fisioterapeuta.

Quanto praticar?
O ideal é que os exercícios sejam feitos em pequenas séries, três vezes por semana. Inicialmente podem ser realizados duas vezes no consultório do fisioterapeuta e uma vez em casa. Ganhando habilidade, o praticante passa a fazer duas vezes em casa e uma vez no consultório. Se os movimentos forem realizados corretamente, os resultados aparecem em três meses.

Qual a diferença?
O exercício abdominal comumente realizado para o fortalecimento dos músculos dessa região favorece o aumento da pressão intra-abdominal e, com isso, há um aumento da sobrecarga no períneo e na coluna. A ginástica hipopressiva, por sua vez, auxilia no maior controle dos diferentes músculos abdominais, uma vez que estimula mais percepção da região abdominal e de seus órgãos. Os resultados, porém, ficam restritos à capacidade do praticante de realizar corretamente as séries, uma vez que essas exigem mais concentração e consciência corporal.

Onde e com quem?
A ginástica hipopressiva é realizada por um grupo restrito de profissionais, porque para trabalhar com a técnica é necessário fazer um curso ministrado pelos fisioterapeutas Marcel Caufriez, Louic Dabbadie ou Maura Seleme.. Então, os interessados em realizar o tratamento devem procurar profissionais com essa formação específica.


FONTE: SBC Notícias da Imprensa e da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia)

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Opinião de um médico sobre a profissão de uroginecologia para fisioterapeutas.

A uroginecologia no momento atual está ganhando ou vivendo de perspectivas inovadoras, isto é, estamos dando ênfase a três conceitos:1) Importância da profilaxia, através da reeducação da musculatura do assoalho pélvico, antes ou durante o período gestacional e sobretudo no pós-parto.2) O preparo do assoalho pélvico (reeducação), no pré e pós-operatório de cirurgias do assoalho pélvico como por exemplo cistoceles, incontinência urinária, etc., com prioridade de a reeducação ser o primeiro tratamento antes de se indicar a cirurgia.3) A formação de uma equipe multidisciplinar unindo médicos, fisioterapeutas e psicólogos para um atendimento a pacientes com patologias do assoalho pélvico.
Explicando melhor os itens acima a proposta seria: Devemos pensar que o primeiro investimento a ser feito deveria ser em profilaxia, seria um trabalho feito em reeducação da musculatura do assoalho pélvico. Toda mulher deveria ter noção de como trabalhar esta musculatura. Este trabalho deveria iniciar antes mesmo da paciente engravidar ou mais tardar durante o período gestacional inicial, sendo um trabalho orientado para a correção da postura, dos problemas urinários, sexuais e dores pélvicas. Com isto estaríamos atuando profilaticamente em patologias do assoalho pélvico, como por exemplo: incontinência urinária, retocele, cistocele e prolapso uterino. Exatamente como ocorre hoje em países do primeiro mundo em que há um investimento em profilaxia pós-parto e gestacional onde o fisioterapeuta é mestre, com isto obtendo-se resultado animadores em uroginecologia.
Imaginemos então, quanto estaria economizando o Brasil, se conseguíssemos com este trabalho evitar a indicação de pelo menos 50% das cirurgias de correção de incontinência urinária e alterações da estática pélvica. Outro benefício que teríamos seria a melhora da qualidade de vida social e sexual destas pacientes. Estaríamos criando ou inovando dentro da uroginecologia um conceito de profilaxia e tratamento conservador e não somente o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas avançadasjá no segundo conceito estaríamos também acrescentando novos procedimentos que seriam: antes de indicarmos uma cirurgia para correção da incontinência urinária, por exemplo, tentaríamos a reeducação da musculatura do assoalho pélvico, pois assim poderíamos evitar uma grande porcentagem de cirurgias com a possível melhora do quadro clínico das pacientes. E se mesmo assim ainda tivéssemos a indicação de realizar a cirurgia, estas pacientes já teriam um melhor preparo pré-operatório e se necessário um acompanhamento no pós-operatório pelo fisioterapeuta contribuiria para um melhor resultado cirúrgico.Para finalizar há necessidade de haver uma integração dos profissionais atuantes nestas áreas, tanto do médico, como do fisioterapeuta e psicólogo trabalhando em conjunto para a obtenção de bons resultados para seus pacientes. Esta integração médico e fisioterapeuta já existe em outras especialidades médicas como por exemplo ortopedia, neurologia, etc..... Podemos então, quem sabe, em uroginecologia ter esta mesma visão inovadora, integrando-nos aos fisioterapeutas para que possamos ensinar e aprender bilateralmente como melhorarmos e corrigirmos os defeitos do assoalho pélvico, ou melhor ainda, evitarmos que ocorram as patologias, acredito que juntos seremos mais eficazes. Estaríamos entrando assim, na era da profilaxia dentro da uroginecologia, juntamente, é claro, melhorando as técnicas curativas, mas acima de tudo uma integração multidisciplinar perfeita com uma única meta: uma qualidade de vida social e sexual de nossas pacientes.

Dr. Luiz Roberto Pires